Não vou dizê-las
porque hoje faz frio
e as palavras são tantas
que ando tonto de escutá-las.
Não vou dizê-las
porque, antes de todas,
sou tímido,
diante do pensar,
sou tantos
que mal posso distinguir-me.
Porque as comportas da fala
não me cabem
e não me comporto bem
diante delas.
Porque o poema
traz, de graça, mais graça
que a conversa fiada
comprada com tédio.
Porque meus amigos
-- pessoas, poemas --
entendem meus cantos
e poucas palavras.
às vezes,
ResponderExcluirsomente meus poemas
e quem os lê
é que me compreende...
também sou tímido...
Que coisa mais linda... a timidez nos cercea de muitas formas de expressões, porém, com a mais bela delas, a poesia, a timidez nos deixa escancarar.
ResponderExcluirEsse poema foi como um beijo recheado de todos os significados... obrigado
Poema falante e maravilhosamente tímido :-))
ResponderExcluirLindinho! Um urso tímido que diz o que sente em versos elegantes!
ResponderExcluirBelas e deliciosas palavras que são num deleite para a alma e, convidam o nosso espiriro a voar bem alto nas asas da imaginação.
ResponderExcluirTodos somos tímidos diante deste mundo. Não sei se entendo as suas palavras, porém mais que inteligíveis, são sensíveis.
ResponderExcluirBeijos
Olá Carla Ceres, sinceramente desejo que esteja tudo bem contigo!
ResponderExcluirBelíssimo poema, como diz o poema expressar-se com palavras estva difícil, porém a timidez vai sentir dificuldade em impedir alguém de escrever, pois nem apagadas as palavras escritas desaparecem ou são impedidas. Bem construído e envolvente seus poemas Carla, parabéns por belos textos poéticos. Desejo pra você e todos ao redor tudo de bom sempre, grande abraço e até mais!
Lembro-me de ter lido este poema aqui no ano passado, depois o ouvi em seu CD. Todas as vezes - agora de novo - penso: "parece pra mim". Lendo os comentários, vejo que mais gente também se identificou muito com ele. Legal saber que sou normal. Você é demais! Abraço.
ResponderExcluir