Celulares recheiam o pão de cada dia nos presídios.
A Fuga
"...Não, Analu, não tem problema! Eu já disse que vai ser moleza... Alô! Olha, vou repetir: a gente cava o túnel; passa por baixo do pátio; arrebenta o muro do presídio... Não, sua burra, a gente não vai sair do túnel. A gente fica lá dentro mesmo e arrebenta a parte do muro que fica dentro da terra. Daí a gente cava mais um pouco e sai dentro da sua casa... É claro que não tem perigo; é só o pessoal aqui do pavilhão. Tudo limpeza! Eu não ia levar bandido pra sua casa e, além do mais... Como? Se vai arrebentar o ladrilho?... Ladrilho de onde, minha filha?... Não, Analu, ninguém vai arrebentar ladrilho do seu banheiro. O banheiro é só pro pessoal tomar banho, trocar o uniforme, essas coisas... Vamos, vamos sair no quarto... É, vai estragar o sinteco. Depois a gente manda arrumar. Entendeu tudo?... Não?... Então faz o seguinte: amanhã eu te ligo de novo... É, vão me emprestar o telefone do delegado... Não, corta essa de falar do nosso futuro! Falar de amor em celular, nem morto! Tremenda cilada! Até amanhã, Analu!"