segunda-feira, 30 de abril de 2012

No Simulador de Queda-Livre

O instrutor Gustavo me ensinando a posição selada

No feriado de Tiradentes, o programa foi voar num simulador de queda-livre, em Boituva - SP.

Trata-se de um túnel de vento vertical e transparente, que mais lembra um copo de liquidificador gigante. Dentro desse copo, ou câmara de voo, cabem três pessoas. Através do piso de tela, entra o forte fluxo de ar produzido por uma turbina.

Quem estiver corretamente posicionado dentro dessa câmara pode flutuar e ter a mesma sensação de um paraquedista em queda-livre. Aliás, essa é uma das utilidades do túnel de vento, treinar paraquedistas que fazem acrobacias em grupo. A outra finalidade, que me interessa muito mais, é a pura diversão, flutuar pra cima e pra baixo, simplesmente pra ver como é.

Mesmo com um pouquinho de chuva, dá pra voar

O pessoal da Wind Up dá um show de competência. Antes de entrarmos no túnel, os instrutores nos dão orientações de segurança, ensinam a posição básica para flutuar e tiram dúvidas. Depois fornecem macacões de voo, capacetes, óculos de proteção e tampões de ouvido. Como o barulho da turbina é ensurdecedor, a comunicação dentro do simulador se faz por gestos pré-estabelecidos.

Os principiantes nunca ficam sozinhos no simulador. Um instrutor entra junto (às vezes, dois) para dar orientações, corrigir posicionamento e desvirar os voadores que, como eu, insistirem em flutuar de barriga para cima.

O voo dos iniciantes é divertido, mas bonito mesmo é ver os profissionais em ação. Vejam o vídeo.


Quem estiver com a saúde em ordem pode entrar em contato com o pessoal da Wind Up e se divertir com segurança. Eu recomendo para a família toda, adultos e crianças.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Arredores de Cusco

Turistas em Saqsayhuaman - As pedras pequenas são
uma pobre tentativa de restauração.

Nos arredores de Cusco, há muitas ruínas de construções incas importantes.

Estivemos nas ruínas de Saqsayhuaman, fortaleza com três muralhas em ziguezague, construídas com pedras gigantescas. A maior dessas pedras, com 9 metros de altura e 5 de largura, pesa umas 360 toneladas. O ziguezague tornava a construção resistente a terremotos e deixava os invasores sob fogo cruzado. Por estar a apenas 2 Km de Cusco, a fortaleza de Saqsayhuaman teve suas pedras utilizadas pelos conquistadores para erguer as igrejas cusquenhas.

Saqsayhuaman e o que sobrou de suas muralhas
em ziguezague, na foto de satélite do Google

A 7 Km de Cusco, visitamos Qenko e seus altares sacrificiais de pedra. Em geral, as vítimas eram lhamas. Sacrifícios humanos só aconteciam em situações extremas como terremotos, erupções vulcânicas e grandes secas.

Camponesa e sua lhama - o sacrifício atual é aturar turistas

A 11 Km de Cusco, Tambo Machay, meu lugar favorito, era um templo ao deus da água.

Os três canais d`água mantêm o mesmo fluxo o ano todo

Em Tambo Machay, dá para perceber claramente a diferença entre a perfeita técnica inca de assentamento de pedras e os trabalhos feitos em outros períodos.

O lugar tem uma atmosfera muito agradável. O barulho constante da água ecoa nas pedras e mistura-se ao som da tradicional música peruana, que os vendedores de CD tentam vender.

Ninguém visita o Peru sem ouvir diferentes versões de "El Cóndor Pasa" nos pontos turísticos. É "El Cóndor" tango, "El Cóndor" salsa, "El Cóndor" mambo... ouvi até "El Cóndor" rap, rock e bossa-nova.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

No Cruzamento das Paralelas


Acabou de sair no, Diário do Engenho, o meu "Esquinas Improváveis". É um texto surrealista que se localiza no cruzamento entre conto e crônica. Espero que gostem.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Cusco, O Umbigo do Mundo

Este céu promete e cumpre. Chove muito, no verão cusquenho.

Depois de percorrer, de ônibus, uma boa parte do desértico litoral peruano, tomamos um avião de Lima até Cusco, a 3.223 metros de altitude, na cordilheira dos Andes.

O nome original da cidade, em língua quéchua, é "Qosqo". Significa "umbigo do mundo". Pode parecer pretensioso, mas fazia sentido, pois a cidade era a opulenta capital do Império Inca, que dominava territórios e povos dos atuais Equador, sul da Colômbia, Peru, Bolívia, noroeste da Argentina e norte do Chile.

Quando os conquistadores espanhóis chegaram, o Império Inca estava em guerra civil. Dois grupos rivais lutavam pelo poder. Um apoiava o filho legítimo do Imperador inca Huayna Capac, outro apoiava seu filho bastardo. Nessa luta entre incas, Cusco foi destruída e incendiada. Foi assim que os espanhóis a encontraram, mas sobrava muito ouro saqueável em seus numerosos templos.

Através da força e de alianças com os povos locais, os espanhóis venceram os incas, apossaram-se de suas riquezas, destruíram seus templos e construíram igrejas católicas sobre seus alicerces.

Catedral de Cusco, construída sobre um antigo templo inca

 
Igreja da Companhia de Jesus, onde antes era o palácio
do Imperador Huayna Capac

Na minha opinião, o melhor das igrejas de Cusco está em seu interior, as obras de arte sacra, do período colonial. Pena que não nos deixam fotografar nem filmar.

Na Catedral, por exemplo, há um enorme quadro da Santa Ceia à moda peruana. Um dos alimentos à mesa é um cuy assado. O cuy é uma espécie de porquinho-da-índia, muito apreciado no país.

A Praça de Armas, no centro de Cusco, onde os
espanhóis aprisionaram o líder inca Atahualpa

Uma inconfundível parede inca, pedras perfeitamente assentadas

Bairro de San Blas, arte peruana e artesanato hippy

Niño Manuelito, versão cusquenha do menino Jesus

Antes que me perguntem, a resposta é "não". Não comemos cuy assado. Pobre bichinho! 

Também não compramos uma escultura do Niño Manuelito, embora haja muitas e lindas. Seus cabelos são humanos. Os meninos de Cusco esperam até os três anos de idade, para cortar o cabelo pela primeira vez. Doam as mechas para os artistas que fazem essas estatuetas.

Nosso dinheiro extra foi gasto em museus e livros. Somos turistas atípicos.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Garanto que Presta

Um bom filme, vítima da crítica

Minha coluna deste mês, no Digestivo Cultural, tem um título meio estranho: "Não Presta, Mas Vá Ver". Fala sobre a crítica de cinema e sobre o quanto os leitores devem acreditar nas avaliações que encontram em jornais, revistas e na internet. Podem ler, garanto que presta. :)